segunda-feira, 12 de julho de 2010

Nunca é Tarde...

O tempo assusta.
Será que ainda há tempo?Quanto tempo?Vale a pena mudar a esta altura?
Há poucos dias ouvi em um encontro terapeutico o seguinte comentário:
-"não estamos vivendo juntos,estamos morrendo juntos..."
Forte,não é? Forte e profundo.
Já não mais se questiona a influência das emoções na saúde.
Períodos significativos de tensão,sob pressão,estados depressivos,perdas,dores emocionais,enfim vão nos "roubando"a vida.
Entretanto, deixar a "zona de conforto" e encerrar um ciclo de dor,quando o relacionamneto encerra seu ciclo, requer alguns passos.
Primeiro, o dar-se conta de que a relação não é mais capaz de emocionar...Em algum passo do caminho adquirimos a consciência de que não somos mais emocionados pelo outro, bem como, não mais somos capazes de emocionar o outro,ou,pior, as emoções que geramos ou as que recebemos se desdobram em dores recíprocas.
Olhares que não mais se encontram,a escuta que passa a ser mínima ou inexistente, e os dialogos vão minguando até que um pesado silêncio se instala,ocorrendo então o tão sofrido afastamento emocional.
Em alguns casos o medo do parceiro substitui o amor e não é mais possível dialogar...Existe o medo da crítica rigorosa,das agressões,do abandono, da solidão,do recomeçar...Tantos medos."
Em um segundo momento é feita uma escolha:permanecer ou deixar o relacionamento.Tal momento é particularmente delicado (e mais doloroso quando ainda existe amor) e ,aqui, é feita a reflexão sobre os desdobramentos quanto a esta ou aquela decisão.
Infelizmente,quando um dos parceiros se sente ferido pela decisão "do outro"quanto a deflagar a separação, poderá comportar-se de modo a tornar mais complexos os problemas naturalmente decorrentes do desfazer da relação.
Agora, as mágoas e ressentimentos geram conflitos e comportamentos que podem atingir outra pessoas que façam parte da dinâmica do relacionamento,em particular os filhos e familiares.
Em certos casos, aqui surgem novos episódios de agressões e,até mesmo, vinganças que de igual modo afetam outras pessoas.Quando o casal tem, filhos ,é,tristemente, comum que as crianças sofram ,muitas vêzes, sem compreender o que, de fato, está acontecendo entre seus pais.
E continuamos a morrer juntos...
Maturidade,sensibilidade,senso de responsabilidade e respeito podem fazer que um momento tão doloroso consiga preservar o que de melhor tenha sido construído a dois,e,mais, que todos possam continuar "vivendo juntos",contando uns com uns outros, podendo respeitar-se e apoiar-se mutuamente.
Realizar a separação honrando o que foi vivido nos torna pessoas melhores,mais capacitadas a amar
Sempre é tempo para amar.


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